domingo, 9 de outubro de 2011

Cadela enlouquecida perde oportunidade de adoção

Por Joice Balboa
Em suas primeiras horas de teste para adoção, Magali, uma cadela de dois anos, aprontou e deixou Susana Edith, pretendente a futura dona, desesperada. No sábado, 24 de setembro, Magali já entrou no quintal correndo para todos os lados, sem direção, subia e descia as escadas. Enquanto Susana conversava com Márcia Regina, voluntária do Bem Estar Animal, para assinar o termo de compromisso de adoção, a cadela aproveitou para tentar suicídio, subiu as escadas correndo, seguiu pela sacada e saltou na mureta como se fosse pular como um gato para a sacada do vizinho, que fica a dois metros de distância. Susana percebeu que a cadela estava quieta e foi ver o que estava acontecendo, quando viu que Magali tentava se equilibrar para não cair, Susana ficou sem ar e sem palavras. “Eu não conseguia me aproximar da cadela, parecia que se eu desse um passo a frente a empurraria e ela cairia.” Mas, com muita sorte, a cadela conseguiu sair da mureta, voltou a correr loucamente pelo quintal e pela sacada, quando pulou para o telhado do outro vizinho. Márcia e Susana se esforçaram para resgatar Magali, que não queria sair do telhado, com uma escada pela parede dos fundos do vizinho. A cadela passou a noite na casa de Susana. No domingo, o veterinário a levou embora, por causa de um caroço estranho na pata direta da frente. Susana desistiu. “Não tenho um espaço apropriado para ela, Magali precisa correr”, lamenta.

Magali é uma dálmata e foi abandonada em frente à casa de Márcia. “Ela estava doente, levei para o veterinário e estou com ela até conseguir um novo dono para adotá-la.”

Tudo começou quando a casa do inquilino de Susana foi roubada. Eram aproximadamente três horas da tarde quando o ladrão entrou pela janela e fez a limpa na casa do estudante de administração da UDESC, Eduardo Lopes, 23. O sujeito levou roupas, tênis, equipamentos de bicicleta e um violão. Susana, que mora no apartamento de cima, ouviu o barulho da janela abrindo, mas pensou que era Eduardo. “Quando o menino está em casa sempre abre as janelas, pensei que era ele e não dei atenção para isso”, explica. Logo depois ela escuta um barulho na porta de sua casa, mas achou que era o vento. “Naquele dia o tempo estava horrível, ventava muito, e os barulhos são normais, continuei me aprontando para ir ao mercado”, conta. Logo depois que Susana saiu de casa, a vizinha Beatriz de Oliveira, 48, disse que tinha visto um homem saindo com uma mochila nas costas. “Ele era alto, moreno, tinha uma cicatriz no rosto e uma cara que dava medo”, lembra a vizinha. Susana, sem saber ainda o que tinha acontecido, seguiu para o mercado, e quando passou em frente ao posto de saúde, uma mulher estava desesperada por que tinham roubado a bicicleta recém comprada, com apenas uma prestação paga. A polícia passou em seguida à procura do ladrão.

Somente quando Lopes chegou da faculdade descobriram que os barulhos, que Susana tinha escutado, eram do bandido que roubara a casa. Depois do ocorrido, Susana providenciou um cadeado para o portão e agora planeja a compra de um portão automático. E para ajudar ainda mais na segurança da família, ela conseguiu adotar dois cachorros mais calmos na última segunda-feira.


Exercício de fait diver produzido para a disciplina de Redação VI